Abra o teu coração para Jesus

Digno ès, Senhor, de receber Glória, e Honra, e Poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas.































































































































































































































































































































































































































































































































quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Texto inteligente- conheci no Blog da Ro

NÃO PRECISAMOS DE NOVA REFORMA, PRECISAMOS DE UM SIMPLES RETORNO   Por Alan Capriles




Muito se tem falado da necessidade de uma nova reforma na Igreja, a exemplo da reforma protestante, ocorrida no século XVI. Parece haver cada vez mais artigos e comentários na internet acerca do assunto, o que corrobora para o fato de que existe mesmo algo de errado.



Um dos mais renomados pregadores declarou recentemente: “tenho chegado a uma conclusão inequívoca, séria, preocupante: a igreja evangélica brasileira precisa passar por uma nova reforma.” A declaração deste homem de Deus reflete o pensamento de muitos crentes que anseiam por levar a sério nossa fé em Cristo. Mas estou certo de que o termo “nova reforma” não é o mais adequado para o que estamos buscando.



O problema de se alardear acerca da necessidade de uma “nova reforma” é a idéia errada que se pode ter disso. Quando se fala em reforma, pensamos em Lutero e suas 95 teses. Logo, ao se falar em “nova reforma”, não faltam candidatos a serem “novos Luteros” e a escreverem “novas teses”. A internet está cheia disso. Mas, definitivamente, não é este o caso! Não precisamos de novos Luteros e nem sequer de novas teses.



Após muito pesquisar e meditar no assunto, estou convencido de que nós, evangélicos, não precisamos de uma nova reforma; nós precisamos é de um retorno. Um simples retorno aos cinco pilares da reforma ocorrida meio século atrás. Isto porque os desvios da igreja evangélica de hoje são semelhantes aos desvios da igreja católica na época de Martinho Lutero. Um simples retorno às bases da reforma protestante, já resolveriam grande parte do problema, senão todo o problema.



Longe de ser um retrocesso, precisamos lembrar que os princípios fundamentais da reforma, que são chamados de “cinco solas”, são essenciais para uma prática cristã genuína. O retorno a estas bases já seria suficiente para que os evangélicos retornem ao padrão bíblico de Igreja. Se não, vejamos:



SOLA SCRIPTURA



O primeiro “sola” reafirma a Escritura como inerrante e única fonte de revelação divina escrita. A Bíblia ensina tudo quanto é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.



Ao retornar para o “só a Escritura”, negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale contrariando o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de nova revelação.



Retornando ao “só a Escritura”, seriam solucionados os seguintes problemas na Igreja:



• A Igreja será menos influenciada pela cultura: Técnicas terapêuticas, estratégias de marketing, e o ritmo do mundo de entretenimento muitas vezes têm mais influência naquilo que a igreja quer, em como funciona, e no que oferece, do que a própria Palavra de Deus.



• A Igreja deixará de ser guiada pelo homem: Sonhos, visões, revelações e novas profecias, estranhas e fora das Escrituras, têm substituído a Bíblia em muitos púlpitos chamados evangélicos. Nós vemos evangélicos correndo atrás de verdadeiros gurus espirituais, pessoas que não examinam mais as Escrituras, pessoas que mal conhecem a Palavra de Deus.



• A Igreja deixará de ser pragmática: O pragmatismo é o conceito que só busca resultados: “o que dá certo, sem se preocupar com o que é certo”. Atualmente, igrejas importam modelos de crescimento numérico, que deram certo em outras igrejas, sem passá-los pelo crivo das Escrituras.



SOLUS CHRISTUS



O “Somente Cristo” reafirma que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória de Jesus Cristo. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.



Ao retornar para o “somente Cristo”, negamos que o verdadeiro evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé nele não estiver sendo incitada.



Este retorno à centralidade de Cristo solucionaria os seguintes problemas:



• A pregação voltará a ser cristocêntrica: Muitas pregações da atualidade não passam de palestras de motivação recheadas de versículos escolhidos por conveniência. São mensagens temáticas, centralizadas no ser humano, na grandeza do homem, na importância do homem, para satisfazer ao homem.



• Acabam os “semi-deuses”: Uma vez que Cristo é suficiente para nosso relacionamento com Deus, acaba o conceito errôneo que leva um crente a depender de um líder para receber orientação, proteção e bênçãos. Em algumas igrejas existe uma pirâmide hierárquica, que aprisiona os crentes, ao mesmo tempo em que privilegia os líderes que estão no topo.



• Acabam os mediadores: Sendo lembrado que Cristo é nosso único mediador, a velha prática romana de confessar os pecados ao homem não ameaçará mais nossa doutrina. Algumas igrejas evangélicas estão voltando a esta prática medieval, que já havia sido abolida.



SOLA GRATIA



O terceiro “sola” reafirma que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual para a vida espiritual.



Ao retornar para o “somente a graça” estamos negando que a salvação seja produzida por métodos, técnicas ou estratégias humanas. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.



Este retorno à verdade da graça de Deus solucionaria os seguintes problemas:



• Acabaria com os sacrifícios em troca de bênçãos: Estamos vivendo um período em que algumas igrejas chamadas evangélicas estão desenterrando as indulgências da idade média. Pessoas querem comprar as bênçãos de Deus com dinheiro, rejeitando sua graça, seu favor imerecido.



• Acabaria com o comércio da fé: Há líderes hoje que fazem do púlpito um balcão, do evangelho um produto, da igreja uma empresa e dos crentes consumidores. Há igrejas que mais parecem empresas, cuja finalidade é arrecadar dinheiro, do que agências do reino de Deus, cujo propósito deve ser pregar o evangelho da graça para salvação de almas. Este comércio acontece porque muitos crentes pensam que precisam aprender um novo método, ou estratégia, para se alcançar o favor de Deus, ou para se sentirem melhores, deixando de confiar na graça de Deus.



• Traria um retorno ao verdadeiro evangelho: O evangelho é a boa nova da salvação, mas esta boa nova tem sido trocada, em muitas igrejas, por outros evangelhos: o da prosperidade (aceite Jesus para ser próspero), o da saúde (aceite Jesus e seja curado) e o da auto-estima (você é tão importante que Jesus morreu por você). Na verdade, somos tão pecadores que Deus precisou enviar seu Filho para nos salvar; e isto, não porque mereçamos, mas porque Deus é amor. Isto é a graça de Deus. E isto já é o bastante para nos constranger a servi-lo e adorá-lo pelo resto de nossas vidas, sem nenhum interesse, ou segundas intenções.



SOLA FIDE



O quarto “sola” reafirma que a justificação nos é concedida pela graça, mas somente por intermédio da fé em Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.



Ao retornarmos para o “só a fé”, negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja, mas negue ou condene o “sola fide” possa ser reconhecida como igreja legítima.



O retorno a fé em Cristo como suficiente para nossa justificação e relacionamento com Deus ocasionaria:



• O fim do misticismo na Igreja: Quanto misticismo no meio evangélico! Quantas pessoas botando um copo d’água em cima do rádio, ou da televisão, achando que é preciso beber daquela água para receber milagres de Deus. Quantas pessoas que crêem numa rosa ungida, num lenço ungido, num tapete de sal, em coisas que brotam do misticismo e não das Escrituras Sagradas. Nós estamos vendo muitos evangélicos prisioneiros do mesmo misticismo pagão contra o qual Lutero protestou.



• O fim de práticas desnecessárias para justificação: A mensagem do evangelho de Cristo é clara: arrependimento e fé. Mas, atualmente, práticas oriundas da psicologia e do esoterismo estão substituindo a simplicidade do evangelho. Em algumas igrejas os novos convertidos precisam preencher longas listas de pecados cometidos no decorrer de toda sua vida, a fim de renunciar um por um; do contrário, não se pode afirmar que foram perdoados. Ainda se faz pior: os neófitos são submetidos a uma seção de regressão, a fim de se relembrar traumas e pecados do passado, que serão também renunciados. Em outras igrejas, os novos crentes precisam passar por uma seção de “descarrego”, ou de libertação, na qual demônios são chamados pelo nome, para que se manifestem e sejam expulsos, antes que o crente passe pelo batismo. De onde se aprendeu isto? Certamente não foi da Bíblia, que nos ensina o arrependimento e fé como únicas e suficientes condições para sermos salvos, batizados e inseridos no reino de Deus.



• Uma pregação e ensino mais sólidos: Uma vez que se eliminaram os substitutos da fé, a genuína fé precisa ser gerada e edificada nos crentes. Isto só é possível mediante a pregação e o ensino teologicamente corretos da Palavra de Deus. Os pregadores e professores perceberão que precisam dedicar-se mais ao conhecimento das Escrituras e a oração, a fim de pregarem e ensinarem a verdade com a unção de Deus.



SOLI DEO GLORIA



O “só a Deus glória” reafirma que a salvação é obra de Deus, e que por isso devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.



Ao darmos glória somente a Deus, negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos a vontade de Deus em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho.



O retorno a devida glorificação da qual somente Deus é digno acarretaria:



• A eliminação do entretenimento em nossos cultos: Apresentações que façam do altar um palco, dos membros espectadores, dos pastores animadores de auditório, não glorificam a Deus, ainda que se use a justificativa de que é feito para Jesus. Não glorificam pelo simples fato de que o Senhor nunca nos orientou realizar tais coisas para cultuá-lo.



• O fim da era das “estrelas gospel”: Nós estamos vivendo hoje, na realidade evangélica brasileira, algo inédito na história da Igreja: o culto à personalidade. Estamos vendo hoje situações em que pregadores e cantores são tratados como verdadeiros astros de cinema, cobrando cachês para participarem de cultos. Muitos crentes, ao alimentarem esta prática, estão cometendo o pecado da tietagem evangélica. Isto precisa acabar!



• O culto sendo somente para Deus: É comum ouvirmos crentes dizendo se gostaram ou não do culto. Isto ocorre porque o humanismo egoísta de nossa sociedade tem influenciado a Igreja. Existe um conceito não declarado de que o culto tem que agradar ao homem, quando na realidade o culto deve ser dirigido a Deus e somente para glória de Deus.



Como se vê, não necessitamos de “novos Luteros” e de “novas teses”. Não precisamos de uma nova reforma. Precisamos apenas, e urgentemente, de um simples retorno.

Um comentário:

  1. Que bom que trouxe o texto do Alan, realmente ele é bastante esclarecedor. Paz seja contigo!

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