"Não acho isso tão provável no curto prazo, mas acho desejável, acho que se deve caminhar nessa direção. Espero que aconteça", afirmou Meirelles ao ser indagado sobre um acordo cambial após discursar em evento sobre o Brasil promovido pela Câmara de Comércio dos EUA, em Washington, onde está para a reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional).
"Isso passaria por uma promoção de maior consumo doméstico, expansão de demanda doméstica por parte dos países que estão mostrando excesso de poupança e baixo consumo doméstico e um equilíbrio de maior poupança dos países que estão mostrando excesso de consumo."
O presidente do BC também sinalizou que o governo deve continuar comprando dólares no mercado. "Não temos alvos específicos, o que fazemos é proteger a economia brasileira de desequilíbrios que possam ser criados pelo excesso de liquidez gerada por todas as economias", afirmou, citando o excesso de dólares despejado nos mercados pelas medidas anticrise tomadas pelos EUA.
Meirelles afirma que uma crise cambial hoje seria diferente das crises passadas em princípio, por se tratar de uma desequilíbrio entre moedas e não de problemas com controle cambial ou excesso de desenvolvimento. Citou diversas vezes os EUA e a China e insistiu que os demais países precisam "se proteger" --analistas americanos frequentemente acusam o Brasil de ser menos vocal do que poderia na pressão para a china valorizar o yuan.
"Isso é sério, tem de ser resolvido, será objeto de discussões aqui no FMI e certamente na reunião dos chefes de Estado no G20", afirmou. "O que não pode é o Brasil pagar um preço excessivo pelo fato de estar indo bem enquanto outros estão indo mal." Lembrem-se: A necessidade de uma moeda única e forte para o desenvolvimento do sistema é latente, não estão sendo medidos esforços para a conclusão do mesmo!
Troca do dólar por nova moeda mundial é 'tendência', avaliam analistas
Nova divisa para as reservas internacionais foi proposta pela China. Lula apoiou a ideia e disse que o Brasil não pode depender só do dólar.
A proposta feita pela China na semana passada de trocar o dólar por uma nova moeda como principal componente das reservas mundiais – dinheiro usado por cada país para fazer comércio com as demais nações e estabilizar sua economia – é possível e deverá ser uma tendência na economia mundial, na opinião de economistas ouvidos pelo G1.
“A troca é altamente viável porque minimiza o risco cambial entre os países. Com essa moeda, a chance de crises como a da Rússia ou dos “Tigres” asiáticos, no final dos anos 1990, seria muito menor”, afirma Otto Nogami, economista da escola de negócios Ibmec São Paulo.
“A tendência é que essa substituição aconteça porque há uma crescente preocupação com a desvalorização do dólar, conforme caminha a perda de hegemonia americana. O medo é que o governo americano desvalorize demais”, concorda Alcides Leite, professor de mercado financeiro da Trevisan Escola de Negócios.
Segundo ele, “essa crise está reforçando o fim da hegemonia total os EUA, e estamos caminhando cada vez mais para um mundo multilateral". "A moeda mais utilizada como moeda de troca global tende a seguir esse movimento de abertura. Talvez essa proposta já possa ser colocada em prática nos próximos anos."
A agência russa RIA Novosti apresentou-a como o “exemplo” de “uma possível moeda global”. Por seu turno, a agência financeira norte-americana Bloomberg, referiu que a amostra ostenta a frase “unidade na diversidade”, foi cunhada na Bélgica e apresentada aos líderes do G8 pelo presidente russo durante a cimeira.
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