Abra o teu coração para Jesus

Digno ès, Senhor, de receber Glória, e Honra, e Poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas.































































































































































































































































































































































































































































































































sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Testemunho vazio!

MINHA HISTÓRIA GUIRAGOS BOZOKLIAN NETO, 57

Aquilo não era vida

(...) Decidimos parar o tratamento para cuidar da qualidade de vida dela (...) A ortotanásia não é deixar a pessoa morrer, é parar de intervir numa doença que não tem mais jeito (...) A morte é uma coisa muito feia, tem muito barulho, muito líquido


Ricardo Nogueira/Folhapress
O aposentado Guiragos, na casa em que viveram seus pais

RESUMO A discussão da ortotanásia avança agora, mas o procedimento já ocorre, na prática, como mostra o analista de sistemas aposentado Guiragos Bozoklian Neto. Ele conta como a família e os médicos decidiram suspender o tratamento que fazia sua mãe sofrer tanto quanto o câncer.
Ondina morreu aos 82, em maio, seis meses depois de perder o marido.

(...) Depoimento a
GUILHERME GENESTRETI
DE SÃO PAULO

Meu pai, Oskan, e minha mãe, Ondina, estavam casados fazia 60 anos e foram apaixonados até o último dia da vida deles. Eu era o terceiro dos quatro filhos. Ele morreu com 85. Ela, com 82. A gente morava em Santos. Era uma família unida. Tudo era motivo para festa.
Um dia, meu pai amanheceu tossindo. Era pneumonia. Ele passou três dias na UTI, depois foi para o quarto.
Colocaram uma máscara (de oxigênio) que cobria todo o rosto dele. Dias depois, teve de voltar à UTI. Teve de fazer diálise, os rins falhavam. A pneumonia piorou o quadro de enfisema pulmonar.
Fui a última pessoa com quem meu pai se comunicou. Tocou na máscara que cobria o rosto, para eu chamar o enfermeiro. A função respiratória tinha piorado.
Meu pai não acordou mais. Começamos a perdê-lo dia após dia. Morreu na noite de 25 de novembro.
As máquinas ligadas a ele começaram a apitar de repente. Dava a impressão de que o organismo dele estava reunindo as últimas forças.
Tirei minha mãe de lá. A morte é uma coisa muito feia, tem muito barulho, muito líquido, não é agradável. Minha mãe não precisava ver aquilo. Ela ficou na sala de espera. Quem deu a notícia para ela foi a equipe de cuidados paliativos.

DOR
Minha mãe ficou muito triste. Na noite de 31 de dezembro, pouco mais de um mês depois da morte do meu pai, ela começou a se queixar de uma dor na perna. Levamos a dois médicos de Santos, não acharam nada.
A dor piorou, ela já não podia sair da cama. Insisti para levá-la a São Paulo, ela não queria voltar no hospital onde meu pai tinha morrido.
Um dia, depois de ter lutado para tentar levantá-la do chão, ela se convenceu que tinha que ir ao hospital.
Quando chegamos a São Paulo, dois enfermeiros levaram meia hora para tirá-la do carro, ela gritava de dor.
Consegui ver o resultado do exame: falava em carcinoma. Fiquei apavorado. Os médicos constataram, numa vértebra, a metástase de um tumor pulmonar, que se espalhava rapidamente e causava muita dor.
Chamamos a equipe de cuidados paliativos que tinha ajudado a gente quando meu pai morreu. Minha mãe confiava neles.
Nos meses seguintes, os oncologistas tentaram radioterapia na coluna (mas ela continuava sentindo dor), um remédio caríssimo e uma sessão de químio (mas ela se sentiu muito mal, vomitou).
Se davam opioides, ela tinha delírios. Os tumores cresciam. Aquilo não era vida. Pensei que era uma sacanagem com ela.

CONFORTO
A gente decidiu parar o tratamento para cuidar da qualidade de vida dela. Foi o desejo da família, e o médico concordou. Disse que não tinha mais o que fazer.
Minha mãe era a pessoa mais querida e saber que ela não estava mais sofrendo me trazia mais conforto.
Voltamos para Santos com uma enfermeira. Quando ela tinha algum problema, eu a levava de volta ao hospital.
Numa noite, teve arritmia. Subimos a serra com o aparelho de oxigênio no meu carro. Tive medo de que algo acontecesse na estrada. Ficou dias na UTI e foi para o quarto. Não tinha mais condição de deixar o hospital.
A última coisa que disse foi: "Não me deixe sofrer". E a última coisa que fez foi me dar um beijo, na noite anterior à morte, em 7 de maio. A respiração ficou diferente. Eu e minha irmã seguramos a sua mão. Ela respirou uma vez, parou um pouquinho. Respirou de novo e não se mexeu mais.
Morreu porque o organismo dela não aguentou mais a doença. Ninguém abreviou a vida dela. Os médicos só interromperam uma terapia que não adiantava.
A ortotanásia não é deixar a pessoa morrer, é parar de intervir numa doença que não tem mais jeito.
Outro dia, organizarmos as coisas dos nossos pais. Meus filhos acharam desenhos que tinham feito quando crianças. Tudo guardado. A gente sempre fazia festas no sobrado dos meus pais. Hoje, não fazemos mais. O que me chama a atenção, neste testemunho, é que , em nenhum momento, lemos ou sentimos a presença de Deus como interventor nesta situação, isto é, não sentimos Fé, Esperança, Jesus, Rei dos Reis, sendo apegado na situação! Não sabemos se foi o Edital do Jornal que tirou estas informações ou se realmente este apego não existiu! Tenho visto tantas pessoas serem Curadas, em Cristo Jesus, não me surpreenderia se este caso, com Jesus,  terminasse diferente.

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