Abra o teu coração para Jesus

Digno ès, Senhor, de receber Glória, e Honra, e Poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas.































































































































































































































































































































































































































































































































sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Com o fim do congelamento, cresce a construção em assentamentos israelenses

Nos três meses desde que Israel suspendeu o congelamento de construções na Cisjordânia, causando a retirada dos palestinos das negociações de paz, viu-se um boom de construção nas colônias, especialmente em comunidades mais remotas que têm menor chance de fazer parte de Israel após qualquer acordo de paz entre os dois Estados.

Isso significa que, se as negociações jamais voltarem aos trilhos, haverá um acréscimo de milhares de colonos israelenses que terão que ser realocados para Israel, impondo novos problemas de remanejamento, caso seja criado um Estado palestino na terra onde estão morando agora.

Além da construção de assentamentos na Cisjordânia, a construção de moradias predominantemente israelenses em Jerusalém Oriental, onde os palestinos esperam fazer sua futura capital, vem crescendo rapidamente após uma pausa de meio ano, com centenas de unidades aprovadas e milhares planejadas.

Em um passeio pelos pontos de construção da Cisjordânia, Dror Etkes, que é contra os assentamentos e passou nove anos fazendo uma crônica de seu crescimento, disse que não tinha visto tamanho crescimento em nenhum momento da última década.

Hagit Ofran, crítica dos assentamentos que monitora seu crescimento para o Peace Now, disse: “Podemos dizer firmemente que este é o período mais ativo em muitos anos”. Ela disse que há ao menos 2.000 unidades sendo construídas e um total de 13.000 já estão programadas e não precisam de novas licenças. Nos últimos três anos, cerca de 3.000 unidades foram construídas ao ano.

Os dados do governo sobre as construções só serão publicados no próximo ano, mas os líderes dos colonos não contradisseram essas avaliações.

“O congelamento terminou, e estamos recuperando as construções adiadas. Os números do Peace Now são confiáveis. Sua contagem parece correta. A única diferença é que eles veem esses dados como negativos e nós os vemos como positivos”, disse Davi Ha’lvri, porta-voz do Conselho Regional da Samária, no norte da Cisjordânia.

Naftali Bennett, diretor executivo da organização dos colonos chamada Conselho Yesha, disse que só tinha informações de onde estava faltando construções, não de onde estavam sendo feitas. Ele disse que seu grupo está querendo permissão para construir outras 4.000 unidades de extrema necessidade, na maior parte em grandes assentamentos.

Líderes palestinos disseram que não vão voltar às negociações de paz com Israel enquanto estiver ocorrendo a expansão das colônias. Israel respondeu que o quanto antes voltarem a negociar, mais cedo os assentamentos e outras questões em discussão poderão ser resolvidas, então o afastamento das negociações é pior para os palestinos.

O governo Obama está tentando negociar com os dois lados, na esperança de encontrar um terreno comum. Os palestinos também estão planejando submeter ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução condenando a construção de assentamentos.

Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que, desde o término da moratória de construção de 10 meses em setembro, o governo vem se atendo somente à expansão de assentamentos existentes e não havia expropriado mais terras para novas colônias. A construção ocorrendo agora, disse ele, “não vai de forma alguma modificar o mapa final da paz”.

Os críticos aos assentamentos discordam, dizendo que quanto maior a população dessas áreas, mais recursos –água, estradas, segurança- serão necessários e mais difícil será fazer com que os israelenses concordem com um Estado palestino. Além disso, grande parte das novas construções está sendo feita bem dentro da Cisjordânia.

Ir Amim, grupo ativista israelense dedicado a compartilhar Jerusalém, vem observando as construções israelenses em Jerusalém Oriental com alarme.

“Essas áreas são as únicas para os palestinos construírem, mas em vez disso há projetos judeus”, disse Yudith Oppenheimer, diretora-executiva do grupo, em visita a Jerusalém Oriental onde as moradias judias devem expandir deixando pouco espaço para as fronteiras. “O governo israelense diz que não está criando nada novo nem mudando o status quo. Mas ao ocupar esses vazios e esticar os limites dos bairros judeus, Israel está cercando os bairros palestinos e tornando impossível uma fronteira no futuro.”

Elie Isacson, porta-voz do prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, que se opõe a dividir a cidade, disse que a prefeitura não construía para judeus ou palestinos especificamente, pois isso seria discriminação.

“Estão dizendo que devemos estimular a segregação religiosa, no caso de haver um Estado palestino?”, perguntou. “Vemos como nosso papel cuidar de todos os moradores de Jerusalém, Oriental e Ocidental, e dividir a construção por raça é ilegal e imoral.”

Na Cisjordânia, a maior parte das construções nos últimos anos foi em grandes blocos relativamente próximos a Israel, que devem ser anexados a Israel com trocas de terras em outras partes em um futuro acordo. Esses incluem os assentamentos de Maael Adumim, Gush Etzion, Betar Illit e Modiin Illit.

Para construir nessas áreas, em geral, é preciso pedir uma licença do governo, e essas têm sido mais raras ultimamente. O crescimento recente foi mais na construção privada, na maior parte em assentamentos menores e mais remotos, locais como Tapuach, Talmon, Ofra, Eli e Shiloh. Uma série de postos avançados não autorizados também está passando por crescimento substancial. O Ministro da Defesa é responsável por toda atividade na Cisjordânia e tem a autoridade de deter até construções privadas, mas pode ter que pagar compensações.

A comunidade internacional considera ilegítima e ilegal toda construção em terras conquistadas por Israel na guerra de 1967, inclusive Jerusalém Oriental. Israel anexou Jerusalém Oriental e não considera a construção nesses bairros como um ato de assentamento. O país também argumenta que a Cisjordânia é disputada, não ocupada, e que a construção de moradias para israelenses ali não viola leis internacionais.

Há mais de 300.000 colonos israelenses na Cisjordânia e 200.000 judeus israelenses morando em Jerusalém Oriental, considerados colonos pela maior parte do mundo.

Mas dentro do sistema legal israelense, os assentamentos são regulamentados, enquanto as várias pequenas comunidades na Cisjordânia –conhecidas como postos avançados- cresceram sem fiscalização. Israel prometeu derrubar muitas dessas, mas não o fez, em grande parte para evitar o confronto político interno de tal medida.

O estabelecimento de um Estado palestino certamente envolverá o retorno de dezenas de milhares de colonos para Israel. Assim, quanto mais colonos houver, mais difícil esse movimento se torna, a não ser que todos os novos colonos estejam em blocos próximos que passem a fazer parte de Israel.

Grande parte do mais recente boom de construção não apenas fica fora desses blocos, mas também em colônias onde os limites não são claros. Os israelenses estão atualmente cortando morros que alguns consideram partes das comunidades existentes e outros consideram como expansões.

“Muitos dos assentamentos nos quais não houve construção nos últimos anos subitamente têm fileiras de fundações novas”, disse Ofran. “Recentemente, enviamos uma carta de acompanhamento ao Ministério da Defesa listando todas as construções que vimos, com coordenadas e fotografias exatas. Eles disseram que iam nos responder.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário