Abra o teu coração para Jesus

Digno ès, Senhor, de receber Glória, e Honra, e Poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas.































































































































































































































































































































































































































































































































segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Apóstolos

Um grupo heterogêneo que se tornou uma equipe, trabalhando com o mesmo propósito

Quando Jesus começou seu ministério terreno, uma de suas primeiras providências foi escolher e chamar os doze discípulos: Pedro, Tiago (filho de Zebedeu), João, Filipe, André, Bartolomeu, Tiago (filho de Alfeu), Simão Cananeu, Judas Tadeu, Tomé, Mateus e Judas Iscariotes (Mt.4.18,21; 9.9; 10.1-4). Embora sua obra na cruz fosse pessoal e intransferível, Cristo não pretendia trabalhar sozinho durante aqueles três anos. Além disso, ele já pensava na execução dos seus propósitos nas décadas e séculos vindouros, alcançando e ultrapassando os nossos dias.

O chamado

O Senhor poderia ter convocado os doutores da lei para serem seus seguidores, mas seria muito difícil que algum deles aceitasse. Afinal, como poderiam ser aprendizes aqueles que eram considerados mestres em Israel? Nicodemos foi um exemplo desse impasse (João 3.1-12). Os ricos também teriam muita dificuldade (mas não impossibilidade) para atenderem ao seu chamado (Lc 18.22-24).

Portanto, Jesus escolheu principalmente pessoas simples. Alguns eram pobres, iletrados, sem posição de destaque na sociedade (At 4.13; 1Co 1.26-29). Mateus talvez tenha sido o único que não se enquadrava exatamente nesse perfil, mas abandonou tudo para segui-lo (Mt 9.9). Quem é chamado pelo Senhor deve atendê-lo com urgência, sem impedimentos ou desculpas (Mt 8.19-23).

O Mestre não selecionou as pessoas em função de seus cargos, posições, títulos, escolaridade ou posses materiais. Afinal, tais elementos não eram a base do seu ministério.
Por outro lado, ele também não lhes prometeu altos salários, status, plano de saúde e aposentadoria. Embora saibamos que nada lhes faltaria durante a execução da obra (Lc 22.35), também lhes foi avisado que seriam odiados, perseguidos e mortos pelo evangelho (Mt 5.11; 10.22; 24.9). Contudo, deixariam estabelecida a igreja de Deus na terra. Inefável galardão lhes está reservado nos céus (Mt 5.12). Assentados em 12 tronos julgarão com Cristo as tribos de Israel (Mt 19.28; Lc 22.30). (O trono de Judas Iscariotes ficou para Matias).

O grupo e suas diferenças

Jesus poderia ter realizado apenas encontros individuais, ensinando cada discípulo em particular. Entretanto, preferiu formar um grupo, pois o relacionamento mútuo seria favorável ao crescimento de todos. Jesus não incentivou atitudes de isolamento, mas de comunhão. Até quando separou os discípulos para a primeira missão de treinamento, ele os enviou de dois a dois (Mc 6.7) (Ec 4.9). O grupo (exceto Judas Iscariotes), ao fim do processo, se tornaria uma equipe, trabalhando com o mesmo propósito.

O conjunto dos discípulos era, sob vários aspectos, heterogêneo. Pedro, André, Tiago e João eram pescadores (Mt 4.18,21). Mateus era publicano, cobrador de impostos (Mt 9.9). Simão Cananeu era zelote (Mc 3.18), ou seja, vinha de um movimento nacionalista com tendências radicais. Alguns deles tinham temperamento agressivo (Tiago e João). Jesus chegou a chamá-los de boanerges (filhos do trovão) (Mc 3.17). Alguns falavam demais (Pedro principalmente). Outros quase não se manifestavam (pelo menos não há registros de suas palavras no Novo Testamento). Mateus, por exemplo, parece não ter sido um grande orador, mas se destacaria mais tarde através da escrita. Um deles tornou-se famoso pela incredulidade (Tomé) e outro pela desonestidade (Judas Iscariotes).

Havia algumas relações de parentesco no meio do grupo. Pedro e André eram irmãos. Tiago e João também eram irmãos, além de serem primos de Jesus. Não sabemos exatamente a variação etária do grupo, mas podemos citar Pedro como um homem maduro e casado, enquanto João era jovem e, provavelmente, solteiro.

Por que Jesus escolheu pessoas tão diferentes para trabalharem juntas? A diversidade pode ser enriquecedora, mas algumas características são defeitos a serem corrigidos (se o indivíduo quiser). Assim acontece na igreja e em seus grupos ministeriais internos. Diferentes dons são complementares entre si (Rm 12.6; 1Co 12.4). Quando pessoas muito diferentes se unem para o trabalho conjunto, é natural que ocorram divergências e conflitos, mas isto não justifica a hipótese de se formar um grupo de pessoas iguais, mesmo porque não seria possível. É, portanto, necessário que todo grupo aprenda a conviver e melhorar suas relações internas.


Os discípulos eram tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão iguais perante o Mestre. Todos eram homens, judeus, pecadores, um tanto quanto ignorantes (principalmente no sentido espiritual) e carentes de salvação. Todos criam no mesmo Deus e eram amados por Jesus. A lembrança das nossas semelhanças será favorável à humildade e ao melhor tratamento mútuo.

Numa orquestra temos pessoas diferentes, instrumentos diferentes, fabricados com materiais diversos e com variadas formas de utilização.

Alguns são instrumentos de sopro confeccionados em madeira; outros em metal. Alguns utilizam cordas; outros são de percussão. Diversos são os timbres, estruturas, formas e tamanhos. Existe variação também no tempo e intensidade com que cada um é tocado.

As diferenças não são más. São necessárias. Igualdade produz monotonia. Diferenças são aceitáveis e até imprescindíveis. Porém, para que uma orquestra exista e funcione é preciso união, afinação e harmonia. É necessário que todos toquem a mesma música ao mesmo tempo, na mesma tonalidade, mesmo ritmo e andamento. Como isto é possível? Seguindo padrões musicais (diapasão), scripts (partituras) e, principalmente, obedecendo aos comandos do maestro.

Para tanto, pode ser preciso abrir mão do gosto pessoal, das opiniões e preferências particulares. Tais coisas podem ter o seu lugar e oportunidade, mas nas ações relacionadas ao grupo, é preciso obediência à liderança. O destaque individual pode eventualmente ocorrer em uma orquestra, mas este não é o propósito almejado. Cristo é o nosso maestro e é dele a posição de destaque.

O treinamento

Os discípulos seriam os primeiros líderes da igreja, conforme se observa no livro de Atos. Entretanto, não poderiam exercer o ministério sem primeiro aprenderem. Não poderiam pregar sem terem ouvido as pregações de Jesus. Até mesmo no aspecto físico é impossível falar sem primeiro ouvir. Por isso, o surdo não fala. Mas, hoje, muitos neófitos estão pregando por aí, espalhando heresias, porque não nunca foram discípulos (ou tiveram péssimos mestres).

Apóstolo significa enviado, embaixador, representante de quem o enviou. Não poderiam ser enviados sem que estivessem preparados. O discipulado é importante, pois ninguém pode fazer a boa obra sem que, primeiro, tenha assistido execução semelhante. Não se pode ser pastor sem ter sido ovelha. Por isso os discípulos passaram por três anos de aprendizado, disciplina, treinamento e obediência, sendo preparados para o ministério.

Jesus ensinava através de palavras e ações, pois o exemplo é a melhor forma de instrução. Ele nunca ordenou algo que não estivesse disposto a fazer primeiro (exceto arrepender-se).

Quem decide seguir a Cristo entra em um processo de transformação. “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). O Mestre tem um plano, um projeto. O discípulo aprende não apenas a fazer ou dizer, mas ser. Isto é o principal. O tratamento do caráter é essencial na caminhada cristã.


Os discípulos viveram situações diversas com o Senhor. A viagem no meio da tempestade e a entrada triunfal em Jerusalém são dois exemplos de circunstâncias bem diferentes, porém necessárias para que eles conhecessem mais o Mestre e também a si mesmos (Mt 8.24 e Mt 21.1-11). Sem autoconhecimento não há mudança. No mesmo capítulo onde Simão diz: “Tu és o Cristo”, ouve Jesus dizer-lhe “Tu és Pedro” (Mt 16.16,18). Trata-se de um processo de revelação, confronto e crescimento. A relação dos discípulos com Cristo não estava baseada em receber coisas, mas crescer em conhecimento.

Nós queremos apenas as entradas triunfais, mas passamos também por tempestades. Grandes problemas tornam-se oportunidades para que milagres aconteçam e experiências marcantes se realizem. Assim será até que entremos na Jerusalém celestial.

Os problemas

Várias ocorrências vividas pelos discípulos assemelham-se às que se observam no meio dos seguidores de Jesus hoje (e nas famílias, nos ambientes de trabalho etc).

Alguns queriam ser maiores do que os outros (Mc 10.37,41; Lc 9.46-48). Então Jesus disse que o maior deveria ser servo de todos (Mc 10.43-45; Mt 23.11). Todo aquele que quisesse ser grande, deveria fazer-se pequeno como uma criança (Mt 18.1-4). Portanto, a humildade é condição essencial para a unidade.

Em um grupo heterogêneo é preciso que uns aprendam a respeitar os outros. Jesus não aceitaria que os pescadores criassem barreiras contra o ex-publicano e vice-versa. Por outro lado, não seria permitido que o zelote trouxesse influências da guerrilha para o ministério.

Os discípulos foram manifestando sua natureza diante das várias situações vividas no dia-a-dia. Judas, com a bolsa nas mãos, revelou sua cobiça (João 12.6). Pedro deixou transparecer o medo e a dúvida sobre as águas, apesar da fé momentânea (Mt 14.30). Mais tarde revelaria sua precipitação ao cortar a orelha de Malco (João 18.10) e a covardia ao negar o Mestre (Mt 26.70). Tiago e João manifestaram seu temperamento agressivo diante dos samaritanos (Lc 9.54).

Nove discípulos reconheceram sua incapacidade quando não conseguiram expulsar o demônio do jovem lunático (Mc 9.18). Momentos assim revelam o caráter e a limitação dos seguidores de Cristo. Isto é importante para que possam mudar. O Senhor não desistiu de nenhum deles. Mesmo Judas Iscariotes teve sua oportunidade de salvação preservada até o último instante de sua vida.

Os resultados

O tempo foi passando e o treinamento prosseguia. Os discípulos (quase todos) foram amadurecendo, embora ainda não fossem perfeitos. Sinal de maturidade pode ser visto quando Pedro, mesmo tendo negado a Cristo três vezes, ainda foi aceito novamente por seus companheiros. Vemos nisso a importância de aceitarmos o irmão que errou, mas deseja continuar servindo ao Senhor conosco. É importante que o erro seja corrigido e perdoado.

Maturidade também foi demonstrada quando os discípulos aceitaram a chegada de Matias para ser apóstolo no lugar de Judas Iscariotes. Ele não foi rejeitado nem colocado numa categoria inferior. No episódio de Atos 6.2, vemos que ele estava no mesmo nível dos demais.

A igreja e os grupos internos

Além das diferenças individuais já mencionadas em relação aos discípulos, as igrejas do Novo Testamento reuniam homens e mulheres, escravos e senhores, judeus e gentios, autoridades e cidadãos comuns. Pessoas de classes sociais e até nacionalidades e culturas distintas encontravam-se nas congregações cristãs. Essa combinação produzia alguns atritos, para os quais o apóstolo Paulo sempre tinha uma palavra de sabedoria.

“Pois todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gl 3.26-28.)

“Completai o meu gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa; nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade. Cada um considere os outros superiores a si mesmo; não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Fp 2.2-5.)

“Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus.” (Ef.2.19.)

“Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” (Ef.4.32.)

Os discípulos foram chamados para conviverem com Jesus, aprendendo com ele, de modo que se tornassem semelhantes ao Mestre (Mt 10.25). O discipulado é um processo de transformação. Por isso, todo aquele que faz discípulos assume uma responsabilidade muito grande, pois está propondo que seus aprendizes se tornem seus imitadores (1Co 4.16). Discipulado não é apenas teoria. É aprendizado de um modo de vida.

Enquanto muitas diferenças entre os discípulos possam ser normais, as diferenças entre o caráter do discípulo e o de Cristo são deficiências a serem corrigidas. Cristo é o padrão. Assim também nós, igreja, família de Deus, somos pessoas diferentes, mas estamos andando com Cristo todos os dias e aprendendo a sua Palavra para que possamos ser cada vez mais parecidos com ele.

::Anísio Renato de Andrade

Um comentário:

  1. Fala Varão, o seu Blog está nota 10! Show de bola. glorias a ele. vamos fazer coisas através da arte e da comunicaçao para engredacer o nome de Jesus.
    grande abraço boa semana!
    Atibaia Gospel Music - Jesus Sempre!
    Richard

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